19 agosto 2015

Sessão de ArteTerapia - Sessão em Grupo em comemoração aos 10 anos do EAMC

FACHOS DE AMOR



A partir da temática do AFETO - sua importância em nosso desenvolvimento desde a infância, sua valia na qualidade de nossas relações, realizamos a construção da  mini instalação paisagem FACHOS DE AMOR

Elementos naturais utilizados
-galhos secos
-musgo seco
-sementes em formato de coração
-sisal
-mini-moringa



A Reflexão coletiva dialogada na apreciação final da construção é individual, com a possibilidade de interação com a prática de autobiografia.

A composição, desde a escolha do elementos, a disposição e processos de construção pode ser individual ou coletiva, proporciona a reflexão do tema, aprofundamento e estética.

a inspiração da proposição surgiu a partir da observação da imagem e da frase








Atelier de Terapias Expressivas



Arte é a expressão mais pura que há para a demonstração do inconsciente de cada um. É a liberdade de expressão, é sensibilidade, criatividade, é vida."

C. G. JUNG
Queridos amigos, parceiros e clientes e com grande alegria que reinaugurando o Atelier de Terapias Expressivas do Espaço Arte Música e Consciência em Agosto de 2015.

São de 10 anos de Espaço Arte Música e Consciência - integrando Arte - Música e Psicologia

Ampliamos nosso quadro de serviços do Espaço Terapêutico
Hoje contamos com profissionais da área da PSICOLOGIA, PEDAGOGIA, PSICOPEDAGOGIA, TERAPIA OCUPACIONAL E INSTRUTORA DE YOGA E MEDITAÇÃO.




08 outubro 2009

Associação Brasileira de Arte-terapia

Associação Brasileira de Arte Terapia


Arteterapia é um modo de trabalhar utilizando a linguagem artística como base da comunicação cliente-profissional. Sua essência é a criação estética e a elaboração artística em prol da saúde.

Utiliza, para isso, as linguagens plástica, sonora, dramática, corporal e literária envolvendo as técnicas de desenho, pintura, modelagem, construções, sonorização, musicalização, dança,drama e poesia.

É aplicada na avaliação, no tratamento, na profilaxia (prevenção), reabilitação e educação de clientes especiais.

O campo de atuação da Arteterapia estende-se às diferentes organizações (Saude, Educação, Comunidade e Profilaxia) permitindo qualidade maior de vida. Atualmente, novas abordagens estão em formação como a biblioterapia, lançada em Budapeste em 2003 e o aprofundamento em dançaterapia, musicoterapia e eco-arteterapia.

As vantagens da Arteterapia

• Diminuir o tempo de trabalho terapêutico devido à diminuição da transferência.

• Tornar o cliente ativo e mais criativo, mais independente.

• Utilizar a comunicação averbal, aumentando a comunicação plena.

• Desenvolver maior adaptação, flexibilidade e originalidade.

• Influenciar no dia-a-dia relacionando harmonia e senso estético com maneiras equilibradas de viver.

O emprego da Arteterapia

Atualmente a Arteterapia tem sido utilizada em hospitais, clínicas, institutos, escolas, empresas, comunidades em diferentes especialidades como:


•Treinamento empresarial

• Psico-profilaxia e reabilitação psicopedagógica

• Arte-reabilitação física e mental

• Reabilitação psico-social

• Projetos comunitários de educação para saúde e em consultório e clínicas especializadas com doenças degenerativas como câncer, Aids, alzaimer, esclerose múltipla, etc;

• Deficiências físicas e mentais e psicoterapias individuais e de grupo (família, crianças,adolescentes, adultos e idosos)

• A Arteterapia pode ser utilizada sozinha ou como coadjuvante em outros tratamentos, principalmente em programas interdisciplinares como os utilizados em psicoses e drogadição.

Arte terapia e Oncologia (Câncer)

Artigo por Ines Novoa Jezler


         De um sonho antigo, tornado realidade, implantou em dezembro de 98, o Atelier Terapêutico, no Instituto Avanços em Medicina, seguindo a linha fundada por Edith Kramer, da art-as-therapy, em que atua até o presente, buscando o crescimento e valorização pessoal através do fazer artístico. Agrega à sua práxis, sua base acadêmica nas artes plásticas e o estudo minucioso do seu público – o paciente oncológico adulto – em autores e mestres da Psico-oncologia, na Teoria centrada na Pessoa, de Carl Rogers, e nas filosofias espiritualistas que visam à elevação da humanidade.


Introdução

Onde se Situa a Arte-terapia na Oncologia?

A postura holística da medicina nos leva a uma concepção mais amplificada do ser humano, enquanto organismo uno e integrado, mente-corpo-espírito, e seu próprio meio-ambiente. A Psico-oncologia surgiu para fazer a ponte entre a psicologia e a medicina oncológica, reconhecendo a inegável interdependência entre mente e corpo, na saúde e na doença. Dentre as diversas abordagens disponibilizadas pela Psico-oncologia, encontramos a Arte-terapia, um valioso instrumento de análise e autoconhecimento que tem se sobressaído como valioso também para o paciente oncológico.

O diagnóstico de câncer traz consigo toda uma nova realidade de re-adaptação à vida manifestando-se na desestruturação familiar, em novas propostas de adaptação social e profissional, além de confrontar o paciente com uma reavaliação de seus valores espirituais e existenciais. Lida-se com a vida e a morte, desilusões, desapegos materiais e afetivos. O câncer, doença sócio-somática de nosso tempo, é vista como o resultado de mudanças energéticas dentro desse organismo, mas passível de reversão, se nos dispusermos a intervir nesse sistema... A Arte-terapia, como forma de expressão de conteúdos psíquicos freqüentemente não-elaborados e/ou inacessíveis pela linguagem verbal, objetiva mobilizar e ressignificar estes elementos que enquanto não forem trazidos para a consciência, impedem e obstruem o fluxo saudável de nossas energias. Construindo produtos de arte com significação podemos reaprender a nos relacionarmos com nosso meio e com nossos próprios valores, melhorando o nosso sistema vital corpo-mente-espírito.

Por Onde Começar o Atelier Terapêutico?

O Desenho

Inicio um trabalho com meus pacientes educando-os para o desenho. Ensino-lhes a observar o contorno de uma simples folha ou flor, e com essas linhas traçadas, vou mostrando-lhes o caminho de volta a um recanto em suas vidas em que abandonaram a arte espontânea e descompromissada que um dia todos esboçaram. Algo permaneceu ali, naquele passado, truncado e atrofiado. O criativo não pôde se manifestar. Sabe-se hoje, pela psiconeuroimunologia e outras ciências afins, o quanto a expressão das emoções é necessária e desejável para se ter uma vida saudável. Resgatar aquela linha interrompida e perdida de meus pacientes é o propósito maior do trabalho no Atelier Terapêutico, que conduzo junto aos pacientes adultos do Instituto Avanços em Medicina.

Interfaces do Atelier Terapêutico

O Social e o Criativo

Como abordagem terapêutica ainda recente e inovadora no meio médico, a arte-terapia precisa acolher seu cliente-paciente de modo a complementar seu tratamento clínico propriamente dito, reforçando todas suas possíveis fronteiras. É com isso em mente, que a atividade do Atelier Terapêutico integra outras facetas além do instrumento da arte-terapia em si, que trabalha o autoconhecimento, a auto-estima e o crescimento pessoal. Há um enfoque muito especial para o suporte social do paciente, incluindo aí não somente os novos vínculos afetivos e atividades em grupo, como também a busca de um novo papel no meio social de cada um. Nem sempre, nesse estágio da vida, é possível estabelecer vínculos de amizade novos, sendo o que mais se verifica na fase adulta, é que nos tornemos mais seletivos e restrinjamos nosso círculo de amigos, o que se mostra igualmente muito verdadeiro no caso do paciente oncológico adulto, que tende ao isolamento social, nem sempre voluntário mas por força de sua nova rotina de constantes exames clínicos e tratamentos que lhe roubam tempo e disponibilidade... A restrição do grupo social, nesta circunstância de vida, é no mínimo lamentável, pois sabemos o quanto valem os laços afetivos, as palavras de suporte, e o clima leve e descontraído de um bom grupo social. Diversas pesquisas confirmam que o paciente tem maior resistência à doença, maior proteção imunológica, quanto mais forte é seu suporte social. Assim, o Atelier Terapêutico, abre espaço para o lanche comunitário a quem estiver circulando por perto da mesa de trabalho; comemora eventos importantes com passeios culturais ou encontros; oferece oportunidade para troca de informações práticas sobre cuidados pessoais e saúde, configurando-se como espaço de ponto de encontro... dentro dos limites seguros de uma clínica, com o staff médico sempre a postos.

Outro importante elemento do Atelier é sua ênfase na Criatividade, na diversidade de técnicas plásticas, conduzidas com conhecimento das múltiplas linguagens artísticas ao longo da história da arte. O Atelier explora a linha do desenho como fio condutor de uma prática, alinhavando atividades que, ora exploram o autoconhecimento, ora intensificam a expressão de emoções, ora dão asas à criação, em um contínuo e maleável movimento de viver a vida como a própria arte. (ou será vice-versa?) Deste modo, respaldando o sempre intenso e profundo trabalho de criação, há a estruturante técnica e disciplina do bom desenho, da busca da “boa forma”. O esteticamente harmônico e belo pode representar um elemento a ser buscado e elaborado, contudo não é necessariamente o fim a ser atingido, a não ser que se mostre “curativo” para aquele paciente... Enquanto para uns, o que importa é simplesmente estar no Atelier, para outros, é resolver um trabalho artístico de forma a lhe agradar visualmente, ou para outros ainda, é descobrir uma linguagem expressiva... O fazer artístico, na minha linha de trabalho, é terapêutico em si , pois faz da expressão plástica a nossa voz interior, e traz para o objeto finalizado a concretização de antigos anseios, ou de novos propósitos.

Quem realmente se entrega a praticar arte, está continuamente reorganizando seus sentimentos, reavaliando valores e conflitos. A expressão artística deve ser buscada em todas as suas formas – há sempre uma forma com a qual podemos nos identificar mais intimamente. Arte, ciclos, e vida. O antigo anseio se concretiza, e já desponta o novo propósito... A arte é a expressão do nosso equilíbrio homeostático e uma experiência de saúde.

Ines Novoa Jezler
- Arte-terapeuta com especialização em psico-oncologia, mestre em Educação, Artes e História da Cultura, com a pesquisa “Arte-como-terapia: um programa de atelier terapêutico para o paciente oncológico adulto”.
contato: ines@jezler.net
(11) 3645-2281

Arte terapia no ambiente escolar

Artigo Profª. Ms. Joana Maria Rodrigues Di Santo


              A utilização de recursos artísticos para auxiliar o desenvolvimento de conteúdos escolares específicos vem-se expandindo cada vez mais, com o foco do trabalho pedagógico na aprendizagem do aluno. Os cursos de formação de professores procuram enfatizar atividades didáticas que privilegiem a ação do aluno e, nesse sentido, atividades artísticas são excelentes recursos, uma vez que a arte vem ocupando significativo espaço na formação humana, desde o início das civilizações até a atualidade.


           Em decorrência, cursos específicos de especialização em arteterapia são oferecidos não apenas a professores, mas a profissionais que trabalhem em diferentes contextos, a fim de que possam adicionar à sua prática o uso terapêutico e profilático de recursos criativos, sejam plásticos, poéticos, musicais, de expressão corporal... Nesse sentido, não se trata de lançar mão da arte pela arte, ou da arte apenas como recurso para facilitar a aprendizagem, mas sobretudo da arte integrada a outros recursos expressivos, numa relação de ajuda.

             Sabemos que a arte é um elemento muito importante na vida de cada pessoa e que o educador, de modo especial, pode munir-se, através da arte, de uma riqueza inestimável de recursos que auxiliem sua tarefa educativa, principalmente a partir do momento em que se conscientize de que pode e é interessante que trabalhe, também, sua própria onipotência, reestruturando a concepção de saber, que não se restringe ao lógico-matemático, mas abarca todos os tipos de inteligência e lhe possibilita a busca de diferentes maneiras de transmitir a mesma mensagem, aproveitando todas as possibilidades que o repertório de conhecimentos e emoções do aprendente/interlocutor traz.

           Assim, com lucidez, compromisso e responsabilidade, práticas e vivências são utilizadas para trabalhar os bloqueios de aprendizagem e a construção dos conceitos. Dessa forma, o docente não vai negar a inteligência do outro, mas dispor-se a percebê-la, a identificar qual canal prioritário é utilizado para conhecer o mundo, analisá-lo, aprender. Vai valorizar o aprendente e apostar na sua aprendizagem, investir na sua formação, utilizar a expressão artística para estimulá-lo a exprimir, sem receios, sem censuras, sem se importar com talento ou capacidade criativa, seus sentimentos e emoções, fazendo, posteriormente, a interpretação do que pode exprimir através da criação artística.

          Docentes/Ensinantes já despertos para tais possibilidades refletem, dirigem o olhar, também, para suas próprias vivências: analisam os respectivos sentimentos, procedimentos, reações... procurando enxergá-los com equilíbrio, pesando as adequações e inadequações, flexibilizando, dando-se oportunidade de investir, falhar, acertar, negociar... aceitando-se como seres em transformação, eternos aprendizes que interagem com o aluno, ensinando e, ao mesmo tempo, aprendendo. Nesse processo, se enriquecem e, utilizando o recurso da arte como mediadora do diálogo interno, da visão de mundo, de professor, de escola e de si mesmos se aperfeiçoam, ampliam a própria visão e possibilidades, se embelezam.

          Durante esse processo amadurecem, revêem todo o conteúdo que desenvolvem em suas aulas, analisam, refletem sobre os entraves encontrados, não como vítimas do processo, mas como co-autores, e relativizam, quer seus acertos, quer as falhas, percebendo que a ótica pela qual analisavam o mundo era mais rígida e deixava de beneficiar seja a si mesmos , seja aos seus interlocutores. Interessando-se pela arteterapia, utilizando seus recursos, estão flexibilizando e dando oportunidade ao aparecimento de perspectivas que antes nem percebiam ou, quando percebiam, desconsideravam.

       Professor/Ensinante/Psicopedagogo/Arte Terapeuta deve pesquisar constantemente, buscar fundamentação teórica para embasar sua aprendizagem e seu trabalho, para poder discriminar suas possibilidades de cooperação e complementaridade, bem como contemplar um outro lado seu e perceber a transformação pela qual está passando; perceber as vivências que lhe estão permitindo trabalhar a auto-imagem, bem como a percepção de que é positivo investir em comportamentos que não polarizem, mas ajudem a relativizar e amadurecer.

           É importante que cada educador/arte terapeuta esteja desperto, atento à dinâmica da escola como um todo e da sala de aula em particular, cônscio de que é fundamental para o processo de identificação, valorizar personagens com traços de sabedoria e perspicácia, que usem estratégias para convencer os oponentes, vencendo pela sutileza e não pela força física; ciente de que nenhum herói sozinho dá conta de toda a diversidade, mas que, de acordo com a situação, cada uma das forças heróicas (prazer, competição, força, sabedoria, colaboração, complementaridade) deve ser resgatada/convocada, para agir na superação dos obstáculos, na transformação e evolução da própria atuação.

          Nesse sentido as atividades de arteterapia estimulam a desinibição, o autoconhecimento, a criatividade, levando os participantes a uma sensação de integração com o mundo que instiga à resolução de conflitos pessoais, à melhoria do relacionamento social e desenvolvimento harmônico da personalidade.

           Finalmente, a arteterapia pode ser utilizada como elo de interação entre os vários campos do conhecimento, colaborando sobremaneira na construção da interdisciplinaridade no âmbito da escola, elaborando a comunicação entre as possibilidades e limites próprios da ciência e a expressiva liberdade de criação da arte; fazendo ligações entre anseios gerados pelo mundo atual com o mais remoto passado, enfim promovendo o desenvolvimento do potencial humano através de situações que favoreçam a leitura do mundo de maneira ampla, rica e profunda.

Joana Maria Rodrigues Di Santo é Psicopedagoga experiente, com atuação significativa em Psicopedagogia Institucional, Supervisora aposentada do Município de São Paulo, mestre em Educação, Professora da Uni Sant`Anna, profere palestras e assessora diversas escolas

Arte terapia e Artesanato


A arte terapia e o artesanato

O artigo arteterapia como Recurso Eficaz no Ambiente Escolar, escrito pela Psicopedagoga Joana Maria Rodrigues Di Santo, tem sido bastante comentado .

Os produtores do programa Ateliê na TV, da Rede Mulher, também localizaram o artigo e ficaram entusiasmados com o tema, convidando sua autora a participar de uma entrevista, que foi ao ar no dia 16/03/2005, às 16h30, quando nossa diretora pôde explicar aos telespectadores o que é arteterapia e os benefícios do ato criativo, entre outras questões referentes à prática do artesanato.

Conheça os principais assuntos tratados no artigo:

arteterapia consiste na utilização da Arte como forma de expressão, consciente e inconsciente, do sujeito. Através da arteterapia a subjetividade do sujeito se manifesta, possibilitando fazer pensáveis os conteúdos trabalhados.


                Nossos sentimentos e emoções, pensamentos e esperanças, sonhos e desejos podem se revelar com muito mais facilidade através de imagens do que através de palavras para diversas pessoas, pois cada um de nós tem uma modalidade de aprendizagem. A modalidade de aprendizagem é como um idioma que cada um utiliza para entender os outros e fazer-se entender por eles.(1) E essas imagens serão interpretadas juntamente com o terapeuta, que auxilia o sujeito nesse processo de autoconhecimento e mobilização de recursos internos.

              Assim, a arteterapia lança mão de recursos artísticos em contextos terapêuticos (de tratamento) ou profiláticos, de prevenção de questões diversas, que variam desde estresse e depressão até inibição e dificuldades de aprendizagem.

             O arte terapeuta trabalha com o sujeito individualmente, ou com grupos, desenvolvendo práticas, dinâmicas, vivências que valorizam a Arte em todas as suas manifestações: pintura, escultura, música, desenho, teatro, poesia... Ao realizarmos uma atividade artística, não só interferimos na realidade, como também desenvolvemos competências pessoais que aprimoram a performance, o desempenho da pessoa, o que estabelecerá formas de comunicação entre o real e o imaginário, entre o pragmático e o sensível, transformando o ato criativo em expressão produtiva. Dessa forma, as pessoas aprendem a construir espaços de autoria; reconhecem-se como autores e desfrutam o prazer de criar, valorizando a invenção de coisas originais e não a mera repetição estereotipada; acrescentando detalhes específicos, comprovadores de que o criar nos faz humanos e nos leva a sair da lógica dual: melhor ou pior.(2) O sujeito artista/artesão aprende a relativizar; a perceber sua obra com diferentes matizes e cada uma com sua beleza única.

               As atividades desenvolvidas no processo de arteterapia permitem trabalhar, entre outras, a auto-imagem, a percepção da transformação, a superação de obstáculos, a estimulação da desinibição, que conduzem a uma sensação de integração com o mundo, instigando à resolução de conflitos pessoais. Conseqüentemente, ocorre um aperfeiçoamento na forma de comunicação do sujeito, consigo mesmo e com os grupos com que interage: família, escola, lazer... incentivando o desenvolvimento harmônico da personalidade; a construção de um ambiente saudável, com espaços de autoria que permitem ressituar-se diante do passado.

             O ato criativo se faz presente também no artesanato, onde a manipulação de materiais leva à necessidade de representação, à necessidade de produzir uma obra pessoal, característica.

            A criatividade está ligada à atividade artística e o artesão pode escolher e experimentar os materiais e as técnicas que melhor atendam às suas propostas de produção. O artesão vai vivenciar o processo criativo com todas as belezas e angústias que o envolvem.

           O artesanato pode ser entendido como oportunidade para a pessoa se expressar e descobrir as próprias aptidões; oportunidade de autoconhecimento e valorização das manifestações artísticas. Com o artesanato, a pessoa desenvolve habilidades com as mãos e, principalmente, com o cérebro, dando lugar à criatividade através de diversos materiais, técnicas e procedimentos. O artesão vai criar, aproximando idéias e materialidade. Vai dar forma, vai dar vida à sua idéia e, com isto, está exercitando a mente, prevenindo problemas com a memória, principalmente no caso de indivíduos da melhor idade, além de relacionar-se com pessoas com as quais tem afinidade, tem interesses comuns, o que melhora, inclusive, o humor, afastando o isolamento. Pode, ainda, transformar esse hobby em atividade que lhe traga remuneração, pois os produtos artesanais têm excelente aceitação no mercado. Basta nos lembrarmos dos artesanatos regionais, por exemplo, o das rendeiras do Nordeste, que mantêm a casa e a família com seus produtos artesanais, que têm sido exportados com excelentes resultados.

                  Os benefícios de se dedicar ao artesanato no dia-a-dia atingem praticamente todas as pessoas interessadas, uma vez que o trabalho manual gera introspecção, concentração e reflexão. Enquanto desenvolvem um trabalho manual, as pessoas ficam calmas, atentas, com os olhos focados em sua produção, acompanhando criteriosamente o resultado de cada passo realizado. Durante esse processo sentem-se importantes, capazes e amadurecem, convivendo melhor consigo mesmas e com o grupo.

Referências Bibliográficas


Fernández, Alicia. A inteligência aprisionada: abordagem psicopedagógica clínica da criança e sua família. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990